Em dois anos, o número de roubos, furtos, assaltos e crimes contra o patrimônio no Distrito Federal aumentou 22%.
ttp://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2014/01/violencia-cresce-e-assusta-moradores-no-distrito-federal.html
Os moradores do Distrito Federal estão assustados com a violência, neste início de ano. A revolta de uma família. Um protesto contra a insegurança no Distrito Federal. A indignação, o inconformismo da família de um jovem. Leonardo Almeida Monteiro, 29 anos. Ele chegava em casa, às 21h, quando os dois assaltantes se aproximaram. Leonardo correu e foi baleado.
Os bombeiros ainda tentaram reanimá-lo. Os criminosos fugiram. “Choque, perplexidade e medo também”, diz o síndico Henrique Tezelli
Medo de uma situação nova para muitos moradores do Distrito Federal. A população das cidades mais pobres já convive há mais tempo com a violência, que chegou ao Plano Piloto. A chamada área nobre.
O dono de um carro foi seguido por dois assaltantes no centro de Brasília. Foi baleado na cabeça e morreu quando chegava ao prédio onde morava.
Na loja de conveniência os funcionários não reagiram. Foram agredidos mesmo assim. “Cerca de 40, 50, minutos depois não tinha policiamento nenhum, nem para saber se tinha feridos. Infelizmente, nós não temos segurança”, desabafa uma mulher.
Ela, que prefere não se identificar, guardou as imagens. Foram quatro assaltos em um mês, dois em uma semana. No posto e na loja. Foi demais. A empresária não abre mais a loja de conveniência à noite.
“Eu tenho medo de que as minhas funcionárias sejam mortas até, porque assaltadas, agredidas, elas já foram”, conta.
Um medo justificado. Em dois anos, o número de roubos, furtos, assaltos e crimes contra o patrimônio no Distrito Federal aumentou 22%. Em 2013, o índice de homicídios foi de 25,4 casos por 100 mil habitantes. No estado de São Paulo foram 11 assassinatos por 100 mil habitantes.
Imagens como a de um cartaz reforçam a sensação de insegurança. Policiais militares estão quase parando. É o que chamam de Operação Tartaruga. O número de armas apreendidas, de abordagens, de registros de ocorrência, tudo diminuiu desde dezembro, quando a paralisação ficou mais forte.
“A falta da presença, da visibilidade da Policia Militar nas ruas contribui para essa área de insegurança. Também contribui para gerar impunidade e a sequência de assassinatos e crimes aqui no DF”, aponta Daniel Lorenz, especialista em segurança pública.
O número de assassinatos no Distrito Federal este mês aumentou 41% em relação a janeiro do ano passado. O governo reconhece a existência de uma operação-tartaruga na Polícia Militar. Mas o comando da PM, não.
O Distrito Federal tem um policial militar para cada 168 habitantes. A média nacional é de um policial para 431. Os policiais dizem que estão em Operação Tartaruga desde outubro de 2013.
Há dois dias a equipe do Jornal Nacional tentou entrevistar o comandante-geral da PM para saber qual a posição dele com relação ao movimento. A assessoria informou que os policiais seguem trabalhando normalmente, mas que vai investigar possíveis crimes militares.
Já o secretário de Segurança admitiu que houve uma queda na produtividade dos policiais. “Eu espero que eventuais lideranças que estão incitando colegas a não trabalhar ou não trabalhar da maneira que se espera, que eles tenham esse bom senso. E, a corporação, se espera que venha voltar a atuar como vinha atuando até recentemente”, declarou Sandro Avelar, secr. de Segurança – DF.
O governador Agnelo Queiroz comentou a operação. Disse que medidas vão ser adotadas. Não disse quais.
“Nós não vamos ficar refém do medo, de forma nenhuma. Nós condenamos veementemente qualquer atitude que ponha em risco a vida da população. Não vamos aceitar, tomarei todas as medidas necessárias para garantir a segurança da população”, declarou.
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